sábado, 23 de agosto de 2008

Os Vírus

Os vírus são seres que não possuem células, são constituídos por ácido nucléico que pode ser o DNA ou o RNA, envolvido por um invólucro protéico denominado capsídeo. Possuem cerca de 0,1µm de diâmetro, com dimensões apenas observáveis ao microscópio eletrônico.

Por serem tão pequenos conseguem invadir células, inclusive a de organismos unicelulares, como as bactérias. É parasitando células de outros organismos que os vírus conseguem reproduzir-se. Como são parasitas obrigatórios eles causam nos seres parasitados doenças denominadas viroses.

Os vírus apresentam formas de organismo bastante diferenciadas, mas todos possuem uma cápsula feita de proteína, onde fica o material genético desses seres. Esse material genético sofre modificações, ou seja mutações, com frequência, levando ao surgimento de variedades (subtipos) de um mesmo vírus. Isso dificulta o seu combate e compromete a eficiência de várias vacinas, que são preparadas para combater tipos específicos de microorganismo. A capacidade de sofrer mutações genéticas é uma das características que os vírus têm em comum com os seres vivos.


Diferentes formas dos capsídeos dos vírus.

Os vírus só podem ser visualizados com o auxílio de microscópios eletrônicos, instrumentos disponíveis apenas em locais especializados, como centros de pesquisa, universidades e grandes laboratórios, e que podem mostrar imagens aumentadas em até centenas de milhares de vezes.


Imagem de um microscópio eletrônico mostrando o vírus HIV, formato circular.

Vírus e a saúde

A palavra vírus tem origem latina e significa "veneno". Provavelmente esse nome foi dado devido às viroses, que são doenças causadas por vírus.

O nosso corpo tem defesas naturais, como os anticorpos, que são proteínas produzidas por células especiais do sangue contra agentes causadores de doenças. A própria febre representa um mecanismo de combate as infecções, pois o aumento da temperatura ativa o metabolismo e acelera a reação dos glóbulos brancos. Quando a temperatura axilar ultrapassa 37,5 graus Celcius, porém, a pessoa deve ser tratada pelo médico. Além disso, contamos com produtos como vacinas, soros e alguns medicamentos antivirais (não confundir com antibióticos).

De modo geral, as viroses provocam mal-estar, dores e febre, mas cada virose tem seus sintomas próprios e pode ser mais ou menos grave.

Cada tipo de vírus "ataca" células específicas. O vírus da caxumba, por exemplo, parasita as células das glândulas salivares ou parótidas, provocando inchaço e dor nas laterais do pescoço.

Em algumas doenças, incluindo certas viroses, a transmissão depende da ação de um vetor. Esse termo se refere ao ser que não provoca por si mesmo a doença em outros seres, mas que, carrega no seu corpo o agente causador, podendo transmiti-lo. Como exemplo, temos certas espécies de mosquito que transmitem vírus ao picar os indivíduos doentes e, depois, os indivíduos saudáveis, espalhando a doença.

Atualmente foram identificadas aproximadamente 3.600 espécies de vírus, que podem infectar bactérias, plantas e animais, bem como se instalar e causar doenças no homem. Cada doença com particularidades quanto ao modo de transmissão, características da infecção e medidas profiláticas.

As doenças viróticas que mais acometem o organismo humano são as seguintes: Gripe, Catapora ou Varicela, Caxumba, Dengue, Febre Amarela, Hepatite, Rubéola, Sarampo, Varíola, Herpes simples e Raiva.

Sistema imunitário

As proteínas que formam as cápsulas dos vírus são diferentes das proteínas existentes no corpo humano. Quando sofremos algum tipo de invasão por vírus, as proteínas desses seres - "estranhas" ao nosso organismo - são "detectadas" por certas células do corpo. Essas células fazem parte do sistema imunitário, que é o sistema de defesa do corpo, e passam então a produzir substâncias que combatem o vírus invasor: os anticorpos.

Quando alguém contrai um resfriado, por exemplo, o sistema imunitário inicia a produção de anticorpos. Depois de alguns dias, os anticorpos eliminam os vírus e a pessoa fica curada do resfriado.

Os anticorpos têm ação específica. Isso significa que eles atuam apenas no combate do microorganismo para o qual foram produzidos. No exemplo anterior, o anticorpo capaz de reagir ao vírus do resfriado não combate o vírus do sarampo, e vice-versa.

Vacinas - prevenindo contra doenças

Para evitar algumas doenças provocadas por vírus e também por bactérias, existem as vacinas.

As vacinas induzem o nosso sistema imunitário a produzir anticorpos específicos contra um determinado microorganismo. Assim, no caso de um microorganismo invadir o corpo de uma pessoa previamente vacinada, os anticorpos já existentes em seu organismo impedem que a doença nele se instale. Por isso se diz que as vacinas são usadas para a prevenção de certas doenças.

As vacinas são introduzidas como microorganismos mortos ou atenuados, ou toxinas inativadas que eles produzem. Uma vez aplicados num indivíduo, esses agentes não tem condições de provocar a doença, mas são capazes de estimular o sistema imunitário a produzir anticorpos; o indivíduo então fica imunizado contra as doenças.

Já os antibióticos combatem infecções bacterianas, mas não tem efeito sobre os vírus. Em alguns casos, certos medicamentos retardam o desenvolvimento da doença, mas não levam a cura. No caso da gripe e da dengue, por exemplo, os medicamentos aplicados aliviam os desconfortáveis sintomas que elas provocam, como dor de cabeça e febre, mas não combatem os vírus.

Por isso, o melhor a fazer contra as viroses é evitar o contagio dessas doenças; prevenir-se tomando vacinas, quando existentes para a doença que se quer prevenir e sempre com a devida orientação médica; e manter fortalecido o sistema imunitário, levando uma vida saudável. Isso inclui evitar certos hábitos (como o uso de fumo e bebidas alcoólicas, por exemplo), dormir e alimentar-se bem, além de adotar medidas higiênicas diversas como lavar as mãos principalmente antes das refeições, lavar frutas e verduras e beber apenas água tratada.

Soros

Muitas vezes, o organismo de uma pessoa infectada não consegue produzir os anticorpos de que necessita, por não haver tempo hábil ou por se encontrar muito debilitada. Nesses casos, ela deve receber a aplicação de soros.

Vacinas e soros: existem diferenças?

Os soros diferem das vacinas por já conterem os anticorpos de que o organismo necessita e serem usados para curar certas enfermidades, em vez de preveni-las.

A preparação dos soros é feita com a aplicação de microorganismos mortos ou atenuados, ou ainda, de suas toxinas em animais como coelhos, cabras e cavalos. Esses animais podem também receber venenos de aranhas, escorpiões e cobras peçonhentas, por exemplo, em doses subletais, isto é, não mortais. Em todos esses casos, os animais passam a produzir os anticorpos. Então coleta-se parte do sangue do animal e, usando técnicas adequadas, os anticorpos são isolados e usados na produção de soros.

Existem, por exemplo, soros anti-rábicos (usados contra a raiva), soros antitetânicos (combatem o tétano, doença causada por um tipo de bactéria) e soros antiofídicos (combatem o veneno de cobras), entre outros.


Doenças humanas virais

No homem, inúmeras doenças são causadas por esses seres acelulares. Praticamente todos os tecidos e órgãos humanos são afetados por alguma infecção viral. Abaixo você encontra as viroses mais frequentes na nossa espécie. Valorize principalmente os mecanismos de transmissão e de prevenção. Note que a febre amarela e dengue são duas viroses que envolvem a transmissão por insetos (mosquito da espécie Aedes aegypti). Para a primeira, existe vacina. Duas viroses relatadas abaixo, AIDS e condiloma acuminado, são doenças sexualmente trasmissíveis (DSTs). A tabela também relaciona viroses comuns na infância, rubélola, caxumba, sarampo, poliomelite - para as quais exiestem vacinas.

Algumas das principais viroses que acometem os seres humanos:

Prevenção e tratamento de doenças virais

Devido ao uso da maquinaria das células do hospedeiro, os vírus tornam-se difíceis de matar. As mais eficientes soluções médicas para as doenças virais são, até agora, as vacinas para prevenir as infecções, e drogas que tratam os sintomas das infecções virais. Os pacientes frequentemente pedem antibióticos, que são inúteis contra os vírus, e seu abuso contra infecções virais é uma das causas de resistência antibiótica em bactérias. Diz-se, às vezes, que a ação prudente é começar com um tratamento de antibióticos enquanto espera-se pelos resultados dos exames para determinar se os sintomas dos pacientes são causados por uma infecção por vírus ou bactérias.

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Fonte: Vírus


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